Em meio à maior crise de sua história recente, incluindo relatos de fome, falta de emprego e inflações altíssimas que têm obrigado muitas pessoas a buscarem refúgio em países vizinhos como o Brasil, a Venezuela se prepara para lançar uma criptomoeda.

Batizada de Petro, a moeda virtual é inspirada na Bitcoin e foi anunciada em dezembro, ainda com poucos detalhes divulgados para a mídia internacional. Segundo o presidente Nicolás Maduro, o valor da Petro dependerá das reservas venezuelanas de ouro, petróleo, gás e diamante.

A partir desta terça-feira, 20, o governo venezuelano começa uma “pré-venda” da moeda, com o objetivo de cadastrar os interessados em receber a Petro assim que ela for lançada para valer, o que ainda não tem previsão para acontecer, informou o Business Insider.

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Maduro também disse que o objetivo da Petro é ajudar a Venezuela a “avançar em questões de soberania monetária, a fazer transações financeiras e superar o bloqueio financeiro”. Especialistas acreditam que o presidente se refere às sanções internacionais das quais a Venezuela é alvo.

Estados Unidos e União Europeia estão entre os governos que impuseram sanções à Venezuela por conta de relatos persistentes sobre desrespeito a direitos humanos e à democracia no país controlado pelo chavista Maduro.

A Petro, como a Bitcoin, seria uma criptomoeda descentralizada capaz de superar as sanções econômicas internacionais e permitir transações entre a Venezuela e outros mercados por meio de uma moeda que não dependa dos Estados Unidos ou da União Europeia, como o dólar e o euro.

A princípio, a criptomoeda venezuela poderá ser comprada usando outras moedas digitais, como a Bitcoin, ou com o dólar. Não será possível comprar Petro usando o bolívar, moeda oficial da Venezuela, que tem se desvalorizado devido à crise local.