A cidade de Las Vegas foi palco de um tiroteio em massa no qual um homem matou ao menos 59 pessoas e deixou mais de 500 feridos. Como de costume em situações desse tipo, o Facebook ativou sua ferramenta de Verificação de Segurança, que permite às pessoas da região informar seus contatos de que estão seguras e se informar sobre o incidente. Mas a ferramenta foi tomada por golpistas logo após o atentado.

De acordo com o The Verge, a página do Facebook dedicada à cobertura do incidente tinha ontem em seu principal destaque uma solicitação de doações para uma carteira de bitcoin desconhecida. Logo em seguida, a página mostrava sites com fotos de nudismo sem nenhuma relação ao atentado e sites de notícias falsas que descreviam o atirador como um “odiador do Donald Trump”. Um usuário do Twitter postou na rede um print da página, que pode ser visto abaixo:

O site que pedia doações para a carteira de bitcoin também continha um link para a página The Anti Media. Essa página trazia um artigo assinado por “Tyler Durden” (o nome de um dos personagens do filme “Clube da Luta”) e dedicava-se a compartilhar notícias falsas, segundo o Slate. O The Verge considera que a página se aproveitou da necessidade das pessoas de se informarem sobre o incidente para se promover e ganhar dinheiro – e o Facebook acabou ajudando nesse intuito.

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Mais problemas para a rede

Um dos primeiros sites a perceber os problemas da ferramenta do Facebook foi o Fast Company. O site mostrou que o Facebook estava destacando notícias de uma página do Blogspot chamada “Alt Right News”, que continha informações enganosas sobre o atentado.

E a rede de televisão estadunidense CNBC também encontrou problemas na página que o Facebook dedicou a informações sobre o ataque. Segundo a rede, a página continha vídeos com imagens gráficas de pessoas em pânico e de corpos ensaguentados no chão. Nem todos os vídeos com imagens desse tipo continham avisos de que as imagens eram chocantes.

Segundo os sites, esses problemas no tratamento que a rede social deu ao incidente chegam em um momento crítico para o Facebook. A rede vem sendo pressionada pelo congresso estadunidense por conta de propagandas vendidas por sua plataforma de anúncios a grupos russos que tentaram influenciar as eleições do país em 2016.