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A saída do Reino Unido da União Europeia não me causou surpresa. Apesar dos motivos que pesquisas demonstraram ser de caráter subjetivo, havia muitas questões que estavam, e estão, mal explicadas nessa União. Afinal, por que a existência de 10 mil burocratas na UE com ganhos acima do primeiro-ministro do Reino Unido?

Sem falar no fato de que um parlamentar da União Europeia não pode apresentar uma proposta de lei, mas apenas votá-la. As propostas são feitas por conselhos cujos participantes não são escolhidos democraticamente pelos povos dos países europeus.

Esse fato me fez pensar em quantas pessoas, em suas carreiras, não analisam apropriadamente os contratos que assinam, as associações de que participam e até mesmo os parceiros comerciais a que estão unidos. Quando descobrem as regras a que estão submetidas, ficam surpresas. Essas situações provocam muita desconfiança, falta de sinergia e futuro incerto.

A causa disso é que nem sempre as pessoas envolvidas têm clareza de seus propósitos, valores e ética. E, portanto, precisam saber fazer uma autoavalição para definir com clareza a quem se associar. Em primeiro lugar, não são as emoções nem a história em comum que devem definir essas associações. Mas, sim, se os envolvidos possuem um futuro em comum. E, mais importante de tudo, um propósito que os una.

Muitos profissionais estão trabalhando para empresas cujo propósito é muito diferente dos seus, e, portanto, não há benefício que os mantenham motivados. Conhecer o próprio propósito e o da empresa é um fator fundamental para criar conexões duradouras.

O segundo fator é avaliar se seus valores e crenças estão alinhados aos da empresa. Cuidado com essa etapa. Todas as organizações são capazes de declarar com fervor seus valores: honestidade, justiça e sustentabilidade, por exemplo. Entretanto, pouquíssimas falam sobre suas crenças.

Você pode ter justiça como valor, e sua crença é de que justiça significa oportunidades iguais para todos. Entretanto, para mim, justiça é oferecer mais oportunidades para quem entrega mais. Ou seja, podemos ter valores iguais e crenças diferentes.

Ninguém tem problemas em expor seus valores, mas a maioria dos conflitos ocorre por diferença de crenças. Conheça bem as suas.

Por último, se sua ética for diferente daquela de sua empresa, ou associações, você não conseguirá suportar essa diferença. Pessoas éticas não abrem mão de seus princípios por razão alguma, e trabalhar com alguém cuja ética é fluida é um risco muito grande para sua reputação e imagem, e, acima de tudo, para sua consciência. Não é possível ter paz de espírito, se nossa ética for aviltada.

Seu sucesso depende de você associar-se com pessoas e com organizações que possam acrescentar possibilidades que, sozinho, você não poderia desenvolver. E, simultaneamente, dar-lhe estabilidade, para que você use seus pontos fortes em benefício de todos.

O mundo precisa de pessoas que possam fazer mais, crescer e prosperar. E isso somente é possível com a consciência a respeito de quem nos acompanha nesta jornada e por que o faz.

Vamos em frente!