O Facebook tem um problema com a disseminação de notícias falsas. O Google também tem, e agora chegou a vez de mais um grande nome da tecnologia se envolver nessa polêmica: o YouTube. Durante alguns momentos, a plataforma de vídeos destacou na seção “Em Alta” uma conspiração bizarra relacionada ao atentado realizado no dia 14 de fevereiro nos EUA, quando um atirador matou 17 pessoas em uma escola na cidade de Parkland, na Flórida.

Desde então, estudantes iniciaram um movimento para tentar impedir que novos atentados similares aconteçam pedindo a proibição ou ao menos uma regulamentação mais rígida na comercialização de fuzis de assalto. Um dos líderes do movimento é um garoto chamado David Hogg que, segundo o vídeo destacado pelo YouTube, não seria um aluno da escola palco do atentado, e sim um “ator de crise” contratado para fazer a função de porta-voz dos estudantes.

O vídeo em questão mostra David Hogg em Los Angeles sendo entrevistado após gravar um vídeo de um de seus amigos discutindo com um salva-vidas na praia enquanto passava férias na cidade, que fica do outro lado do país em relação a Parkland, a cidade onde ele estuda. A conspiração afirma que ele nem mesmo estuda na escola onde diz estudar, e que na verdade é um ator de Los Angeles contratado para este momento de crise.

O YouTube demorou a perceber que se tratava de um vídeo falso, uma vez que ele usava imagens de uma emissora de TV local de Los Angeles filiada à CBS, o que fez com que o algoritmo fosse enganado por se tratar de uma fonte de notícias confiável. Ao perceber o problema, o vídeo foi imediatamente removido, mas não antes de o conteúdo receber 200 mil visualizações.

“O vídeo não deveria ter aparecido no ‘Em Alta’. Por conter imagens de uma fonte respeitável, nosso sistema classificou o conteúdo de forma errônea. Assim que ficamos cientes, removemos o vídeo do ‘Em Alta’ por violar nossas políticas. Estamos trabalhando para melhorar nossos sistemas de agora em diante”, afirmou um representante da plataforma sobre o caso. Todos os vídeos sobre o caso têm sido removidos por “violar as políticas do YouTube sobre assédio e bullying”.