Dona do AliExpress, a gigante chinesa Alibaba fez uma proposta para adquirir a concessão do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Caso a aquisição aconteça, a ideia da companhia é criar, dentro das instalações, um centro de distribuição de cargas e produtos, tirando um pouco do atual foco em tráfego de passageiros. As informações são da Folha de São Paulo.
O aeroporto de Viracopos é privatizado e controlado pela Aeroportos Brasil, uma concessionária formada por UTC Participações, Triunfo Participações e Investimentos e Egis. O grupo, que tem a Infraero como sócia, anunciou ainda em julho de 2017 que não pretende continuar com o comando das instalações – e seus acionistas inclusive autorizaram a devolução da concessão.
O motivo para a desistência foi a baixa demanda pelo aeroporto, bem menor do que o esperado. Um comunicado da própria Triunfo, divulgado no meio do ano passado, dá uma noção da diferença: segundo o texto, a expectativa divulgada pelo governo era de que quase 18 milhões de passageiros passassem por Viracopos em 2016. No entanto, durante todo o ano, apenas 52% desse total foi “efetivamente registrado”.
A crise no país registrada nos últimos anos também afetou a movimentação de cargas. Em vez das 409 mil toneladas projetadas para 2016 pelo governo na licitação, o aeroporto recebeu apenas 166 mil. O resultado foi um prejuízo para a concessionária, que entrou com um pedido de recuperação judicial, homologado no começo de agosto deste ano.
Jack Ma, CEO da Alibaba, já demonstrou interesse em expandir a empresa no Brasil (Foto: World Economic Forum / Wikimedia Commons)
De toda forma, a proposta da Alibaba, que prioriza o tráfego de aviões da própria empresa, já foi entregue, segundo a reportagem da Folha. O objetivo da companhia comandada por Jack Ma é expandir suas atividades aqui no Brasil. O país já chegou a ser o quarto maior mercado dos sites de comércio eletrônico Aliexpress e Alibaba.com.
No entanto, a concorrência pela concessão é forte. A matéria menciona que a CCR – que hoje administra rodovias como a Bandeirantes e o aeroporto de Confins (MG) – e o fundo de investimentos IG4, junto com a operadora de aeroportos Zürich, estão na disputa.