A administração Trump está considerando incluir a maior fabricante chinesa de chips, a SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corp.), na “lista negra” do Departamento de Comércio, segundo informações do WSJ. De acordo com a empresa de segurança SOS International, contratada pelo Departamento de Defesa, a SMIC tem ‘fortes ligações com o exército chinês, representando um perigo aos EUA’.
Se a fabricante for de fato colocada na “lista negra”, nenhuma empresa americana poderá fazer qualquer tipo de negócio com ela. Isso inclui, também, empresas de países parceiros como Coreia do Sul e Japão. Se confirmado, a SMIC sofreria um imenso impacto em seus negócios, já que a maioria de seus produtos dependem de tecnologia proveniente dos EUA.
A SMIC é fornecedora de semicondutores de todas as empresas da China. Está é a sede da empresa. Créditos: SMIC/Divulgação
A SMIC se tornou alvo do Departamento de Comércio após a SOS International indicar que ela estaria trabalhando com uma das maiores empresas de defesa da China, e que a tecnologia “era usada por pesquisadores associados ao exército chinês em projetos militares”. A SMIC emitiu um comunicado dizendo que “não tem nenhum vínculo com o exército chinês” e que seus produtos e serviços “são usados por e para uso exclusivamente civil”.
Briga antiga
Em abril de 2018, os EUA também incluíram a ZTE na lista negra, mas ela conseguiu contornar a proibição após o presidente americano Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping negociarem uma ‘trégua’. Mas a paz entre os dois países durou pouco. Logo a Huawei entrou na lista negra com acusações similares às da SMIC, onde permanece até hoje.
Embora os supostos vínculos da SMIC com o exército chinês não tenham base concreta, ainda existe o risco da empresa ser incluída na lista negra, agravando ainda mais a guerra comercial entre os EUA e China. Como é difícil e às vezes impossível obter insumos de fabricantes que não tenham tecnologia americana, a SMIC poderá sofrer com um grave desbastecimento de produtos, afetando outras gigantes chineses, como a própria Huawei que já sofre com a falta de insumos e precisou encerrar sua divisão de chips Kirin.
Fonte: Engadget