A briga sem fim entre o mercado americano e chinês acaba de ganhar mais um capítulo que vai custar caro para quem trabalha no segmento de telecomunicações nos EUA. Dessa vez, a FCC pretende entrar na disputa obrigando o descarte de quase U$ 2 bilhões de dólares (algo equivalente a mais de R$ 10 bilhões) em hardware fabricado por empresas como a ZTE e a Huawei.
A princípio, a justificativa apresentada pelo órgão é a preocupação com a segurança e a privacidade dos americanos. Para piorar, a mesma FCC impediu o uso de verbas do governo na manutenção de equipamentos fabricados na China.
Ameaça aos pequenos provedores
Se engana quem pensa que o impacto de uma decisão dessas está restrito apenas aos grandes centros. Apesar dos avanços nesse segmento, muitas provedoras de serviços de telecomunicações ainda trabalham com hardware ‘Made in China’ em áreas rurais, muitas vezes com aparelhos mais simples e baratos do que o que está disponível hoje no mercado.
Você pode estar se perguntando: como a FCC sabe quem está usando produtos da China ou não? Pois bem, desde fevereiro, a agência vem coletando dados que comprovam que dezenas de empresas dependem desses equipamentos para manter suas redes funcionando.
Sendo assim, quem vai acabar sentindo o impacto dessa decisão são os pequenos provedores. Uma empresa de pequeno porte teve que arcar com mais de US$ 1 milhão para trocar seu portfólio de equipamentos da Huawei, que curiosamente custaram apenas a metade do preço. Vale ressaltar que um investimento desse porte pode acabar gerando um efeito cascata no mercado, fazendo com que diversas empresas acabem fechando as portas.
Decisão da FCC pode quebrar pequenas empresa de telecomunicações. Créditos: Steve Heap/Shutterstock
Para tentar mitigar a situação, existe um processo federal em andamento para tentar chegar a um acordo com relação aos custos de toda essa transição. O presidente da FCC, Ajit Pai, declarou que o Congresso deve encontrar uma maneira efetiva de manejar fundos para custear o descarte de qualquer equipamento ou serviço que o mesmo classificou como “uma ameaça a segurança nacional”. Vale lembrar que tudo isso começou em maio, quando o presidente Trump impediu que empresas americanas continuassem comprando ou utilizando produtos chineses.
Via: Engadget