A presença de mulheres em empresas de tecnologia tem crescido nos últimos anos. No entanto, ainda há muito o que precisa ser feito para que a mulher conquiste seu espaço em um setor ainda dominado por homens.

Uma pesquisa realizada pelo LinkedIn em 10 países aponta que a presença de mulheres em empresas de tecnologia é de 30,4%. Essa média é replicada em empresas gigantes de tecnologia. Dados da revista Época Negócios apontam que, no Google, o número de funcionárias era de 30%, o mesmo número da Apple. Já no Facebook, a média era de 31%. 

Além do preconceito, que infelizmente ainda existe em diversas empresas, grandes ou pequenas, outro fator que ajuda a explicar a fraca presença feminina nas companhias do setor é que poucas mulheres ainda estudam na área.

Em 2015, na Universidade Estadual de Campinas, apenas 10,7% dos estudantes aprovados no vestibular para cursos da área eram mulheres. Na Universidade Federal de Minas Gerais o número sobe para 11%. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro a proporção é de 11,8%.

Poucas lideram

A ocupação de cargos de liderança por pessoas do gênero feminino também precisa ser discutida com mais afinco.

Sim, há exemplos recentes de mulheres que são líderes de suas empresas, como Marissa Meyer, no Yahoo, e Sheryl Sandberg, considerada o braço direito de Mark Zuckerberg no Facebook. Mas, na maioria dos casos, os cargos são ocupados por homens.

O estudo realizado pelo LinkedIn constatou que a participação das mulheres em cargos de liderança em empresas de tecnologia no Facebook está em 20,6%. Apesar de baixo, o número não é pior do que a liderança segmentos de transporte (18%), industrial (18,7%), de arquitetura e engenharia (19,1%) e de petróleo e gás (19,1%).

Na outra ponta da tabela estão os cargos governamentais, educacionais e do terceiro setor. Lá, a presença feminina em cargos de chefia fica em 47,4%. Outra área em que as mulheres também estão bem posicionadas nas empresas de saúde e ligadas ao setor farmacêutico. Neste campo a presença delas em cargos de liderança é de 45,8%.

Iniciativas

Para continuar na mudança desse cenário, há alguns programas que tentam incentivar as mulheres a trabalharem no segmento tecnológico. A Microsoft, por exemplo, oferece cursos de capacitação em diversos ramos no site oficial do projeto Mulheres em Tecnologia.

Outro projeto que apoia a inserção de mulheres no mercado de tecnologia é o mulheresnatecnologia.org. A página organiza encontros e cursos de certificação profissional para quem quiser se aprofundar na carreira.

Exemplos de sucesso

Não faltam histórias de sucesso envolvendo mulheres e o conhecimento científico. O teste da urina para identificar diabetes e a produção de medicamentos para tratamento da leucemia foram elaborados por mulheres brilhantes em seus tempos.

Fora do campo da medicina, temos a criação do vidro sem reflexo, lá no início do século 20, das peneiras para refinamento de petróleo, e até mesmo das fraldas descartáveis. Todas obras de mulheres como Katharine Blodgett, Edith Flanigen e Marion Donovan.