Confirmando rumores que já circulavam pela internet desde ontem, a operadora estadunidense de telecomunicações Verizon confirmou a compra do Yahoo por um valor total de US$ 4,83 bilhões. A compra deve ser completada apenas no começo de 2017.

A compra encerra um processo de cerca de quatro meses nos quais a empresa passou por negociação com diversos potenciais compradores. O valor não inclui as ações do Yahoo no site chinês Alibaba e no Yahoo Japan, que deverão ser gerenciados por uma empresa de outro nome a ser formada com a finalização da venda. Segundo a Reuters, esses investimentos valem cerca de US$ 40 bilhões.

Com a compra, a Verizon pretende agregar o Yahoo aos seus negócios de internet. A operadora, que já é dona da AOL, passará a ter acesso aos dados e tecnologia da empresa, como suas ferramentas de publicidade e seus serviços de e-mail, busca e mensagens.

Tombo catastrófico

O acordo marca uma das maiores perdas de valor na história do mercado da internet. O Yahoo chegou a valer US$ 125 bilhões em seu auge, em janeiro de 2000, segundo o The Next Web. No entanto, o valor decaiu rapidamente já que a empresa não conseguiu acompanhar as tendências da internet.

Em 2008, por exemplo, a Microsoft chegou a oferecer US$ 45 bilhões pela empresa, mas o Yahoo não aceitou a oferta. No final do ano passado, analistas que falaram ao New York Times avaliaram que o negócio central do Yahoo (sem contar seus investimentos asiáticos) valia cerca de US$ 3,9 bilhões. Segundo essa estimativa, a venda para a Verizon por US$ 4,8 bilhões é relativamente positiva.

Mudanças

De acordo com a atual CEO do Yahoo, Marissa Mayer, a venda da empresa tem o objetivo de dar mais valor aos acionistas. Mayer disse que pretende permanecer na empresa, mas o cargo que ela ocupará no Yahoo após a venda ainda não está claro, já que a Verizon ainda não anunciou quais seriam as novas lideranças com a concretização do negócio.

Indiretamente, a venda do Yahoo também pode afetar a Mozilla, responsável pelo popular navegador Firefox. Uma cláusula no contrato entre a empresa e a organização sem fins lucrativos estipula que a Mozilla tem o direito a receber US$ 1 bilhão caso não aprove a empresa que comprar o Yahoo.