A Alphabet, conglomerado que, desde 2015, atua como “dona” do Google e outras empresas que nasceram da gigante, divulgou nesta semana o seu tradicional balanço fiscal, referente ao segundo trimestre deste ano. E embora as notícias não sejam tão ruins, também não são tão boas – pelo menos para os acionistas.
Para quem tem dinheiro investido na Alphabet, a boa notícia é que o conglomerado alcançou US$ 26 bilhões em receita, um número maior do que o esperado por analistas. Um ano atrás, a companhia divulgava que havia ganhado US$ 21,5 bilhões no segundo trimestre, o que significa que, de lá para cá, a sua receita cresceu 21%.
A má notícia para os acionistas é que o lucro líquido – ou seja, o saldo positivo de toda essa montanha de dinheiro – registrou sua maior queda desde 2008: 28% em relação ao ano passado, chegando a US$ 3,5 bilhões. O caso é que essa queda não foi exatamente uma surpresa, nem para analistas de Wall Street e nem para a própria Alphabet.
Em junho, o conglomerado foi obrigado a pagar uma multa de 2,4 bilhões de euros, equivalente a quase R$ 9 bilhões, cobrada pela União Europeia por conta de um processo em que o Google é acusado de favorecer seu serviço comparador de preços em detrimento da concorrência. Essa multa acabou pesando nos lucros da Alphabet.
A maior parte do dinheiro que entrou na conta da Alphabet no segundo trimestre veio do sólido negócio de publicidade mantido pelo Google, que sozinho verteu US$ 22 bilhões aos cofres da empresa entre abril e junho deste ano, o que representa um crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o crescimento desse ramo também desacelerou, já que em 2016 essa porcentagem era de 20%.
Como relata o site Business Insider, as ações da Alphabet despencaram após a divulgação do balanço fiscal do último trimestre. Aparentemente, há preocupação entre os acionistas de que a receita da empresa comece a crescer mais do que o lucro, especialmente porque ainda há risco de novas multas bilionárias na Europa. Em médio prazo, isso pode começar a complicar seu crescimento como um todo.