A Snap, empresa responsável pelo popular aplicativo Snapchat, agora está na bolsa de valores de Nova York. E, pelo menos por enquanto, as coisas não poderiam estar melhores. No primeiro dia de trocas dos papéis, o valor das ações da empresa fechou com alta de 44%.
O dia iniciou com cada fatia da empresa valendo cerca de US$ 17, mas, ao longo do período, o valor saltou para US$ 24,48. Isso se refletiu também no valor total da empresa, avaliada neste momento em US$ 28,3 bilhões graças ao aumento galopante no preço das ações.
A questão é se esse crescimento será sustentável ou fogo de palha. É fácil lembrarmos de situações similares de empresas como o Facebook, que teve uma oferta inicial de ações extremamente desastrada, com papéis altamente desvalorizados, sendo necessários meses para que tudo retornasse ao patamar inicial. Do outro lado, temos o Twitter, que teve grande sucesso, como a Snap, mas não conseguiu aproveitar o impulso inicial e hoje sofre com a possibilidade de ser comprado por ser incapaz de fazer crescer e monetizar sua base de usuários.
É difícil ficar empolgado com as perspectivas da Snap no longo prazo, porém. Seu principal produto, o Snapchat, parece ter estagnado, enquanto o concorrente Instagram Stories dispara em uso e com o gigante Facebook colocando todo seu peso para tornar o Snapchat redundante ao incluir um recurso similar em todas as principais plataformas da empresa. Além disso, o modelo de negócios neste momento está longe de ser lucrativo. Em 2016, a empresa perdeu US$ 514 milhões, com receitas de apenas US$ 404 milhões.
Mantendo as comparações com o Facebook: projeta-se que a Snap alcance US$ 936 milhões em receitas ao longo do ano; isso significa que o os investidores consideram que a empresa vale 30 vezes o que ela deve ser capaz de arrecadar em 2017. Atualmente, a relação entre receitas e valor de mercado do Facebook é de cerca de 10,5 vezes. Ou seja: existe uma chance realmente grande de a empresa estar supervalorizada no momento.