Visando acelerar o desenvolvimento de equipamentos 5G de fornecedores alternativos, a espanhola Telefónica acaba de assinar uma parceria com a japonesa Rakuten. O acordo entre as empresas foi anunciado nesta quarta-feira (16).

A ideia consiste na criação de um sistema de rede 5G que usa uma plataforma aberta e inteligência artificial (IA). Para isso, estuda-se uma aquisição conjunta (de Telefonica e Rakuten) de softwares e hardwares baseados em Open Radio Access Network (Open RAN) para aumentar os volumes e atingir economias em escala.

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O acordo entre as companhias, no entanto, não se limita a uma entrada como player competitivo no setor, segundo o diretor de Tecnologia e Informação da Telefónica. “Não estamos construindo uma ferramenta competitiva com Open RAN. Estamos tentando construir um ecossistema”, afirma o executivo.

Como a tecnologia Open RAN utiliza softwares baseados em nuvem — exigindo menos equipamento físico — e hardwares comoditizados, os custos das operadoras de telecomunicações seriam radicalmente reduzidos. Além disso, as operadoras teriam liberdade para escolher componentes de diferentes fornecedores.

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Atualmente, distribuição de equipamentos 5G são dominados pelas gigantes Nokia, Huawei e Ericsson. Foto: ADMC/Pixabay

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O sistema Open RAN quase chegou a ser implementado no Japão pela própria Rakuten, mas o surto de coronavírus acabou adiando os planos da companhia. A empresa deve lançar seus serviços 5G no país até o final de setembro, de acordo com o diretor de Tecnologia da companhia, Tareq Amin.

Parceria é vista como marco importante

O acordo entre a maior empresa de telecomunicações da Espanha e a pioneira japonesa pode significar um momento simbólico para a indústria. Isso porque o Open RAN tem sido defendido por diversos países, já que pode diversificar a cadeia de suprimentos — atualmente, os equipamentos de telecomunicações são dominados pelo grupo chinês Huawei, bem como pela Ericsson (Suécia) e pela finlandesa Nokia.

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O estímulo provocado pela parceria faz um paralelo com as lutas em prol de maior competitividade na era 4G. Na época, empresas como Samsung, NEC e Fujitsu entraram no mercado “batendo de frente” com as companhias que, até hoje, dominam o setor.

A fusão também visa ampliar o serviço de 5G de maneira global. A Telefónica já está implantando pilotos da Open RAN no Brasil, Alemanha, Espanha e Grã-Betanha. Espera-se que as instalações aumentem em 2021 e lançamentos significativos são aguardados para 2022.

Via: Reuters e Financial Times