O modelo de negócios baseado em publicidade enfrenta cada vez mais obstáculos no mercado móvel, e um novo estudo sugere dias ainda mais difíceis para quem depende desse sistema para se manter.
Pelo menos um em cada cinco donos de smartphones no mundo usaram bloqueadores de publicidade até março deste ano, o que equivale a quase 420 milhões de aparelhos. Isso representa um crescimento de 90% em relação ao ano passado, de acordo com levantamento feito em conjunto por PageFair e Priori Data.
Embora ainda não seja um fenômeno tão difundido no ocidente, países asiáticos e em desenvolvimento mostram que a tendência é que os bloqueadores cresçam ainda mais.
No bloco Ásia-Pacífico, 36% dos aparelhos contam com esse tipo de app, seja nos navegadores ou do tipo que filtra toda a transmissão de dados. Na Índia e na Indonésia (os mercados que crescem mais rapidamente, em termos de internet), o percentual chega a quase dois terços. Enquanto nos Estados Unidos apenas 2,2% dos usuários têm bloqueadores – ou 4,3 milhões de americanos -, na China são 159 milhões.
O uso desses artifícios levanta discussões. Os bloqueadores deixam a conexão mais rápida e consomem menos dados – como comprova uma pesquisa divulgada aqui no Olhar Digital. E o próprio mercado sabe disso, tanto que uma operadora britânica fará testes com um bloqueador nativo por acreditar que os anunciantes, e não os clientes, devem pagar pelo tráfego referente a propaganda (saiba mais).
Por outro lado, empresas como Google e Facebook dependem fortemente da verba proveniente de publicidade para manter seus produtos móveis, e há quem veja o uso de bloqueadores como um golpe à neutralidade da internet.
Via: New York Times