Um aplicativo chamado Metadata+, que monitorava registros de bombardeios de drones americanos em países do Oriente Médio, foi removido da loja virtual do iPhone pela Apple. A empresa disse que o programa tinha “conteúdo excessivamente cruel e ofensivo”.
O app, chamado Metadata+, mandava uma notificação ao usuário toda vez que o perfil Dronestream do Twitter registrasse um ataque aéreo pelas forças armadas americanas, incluindo o local do bombardeio e o número de mortes. Josh Begley, criador do aplicativo, diz que só conseguiu registrar seu programa na App Store após mais de cinco rejeições por parte da Apple.
Inicialmente, o aplicativo se chamava Drones+, e só por causa do nome, foi negado três vezes pela equipe de triagem da App Store. O desenvolvedor então decidiu mudar o nome do serviço para Dronestream e, após duas novas rejeições, conseguiu registrá-lo como Metadata+.
Para furar o controle da Apple, Begley enviou o aplicativo à App Store sem qualquer conteúdo ou funcionalidade, nem mesmo uma menção à palavra “drone”. Quando o app finalmente foi aprovado, o desenvolvedor passou a registrar o histórico de bombardeios americanos.
Entre as explicações dadas pela Apple para justificar as rejeições, a empresa alegou que o Metadata+ não era “útil ou divertido o bastante”, que “não tinha apelo com um grande público” e que o serviço usava imagens do Google Maps sem a autorização do Google.
Um funcionário da Apple chegou a entrar em contato com Begley, dizendo que o aplicativo não seria aceito se seu único propósito fosse monitorar bombardeios. “Se você ampliar um pouco mais o seu tópico, podemos dar uma nova olhada”, o desenvolver se lembra de ter ouvido.
Não é a primeira vez que a Apple bane um aplicativo com conteúdo polêmico. No início de setembro, a empresa censurou um app que permitia ao usuário fazer uma tour virtual pelo cenário da morte de Michael Brown, o jovem negro assassinado por um policial na cidade de Ferguson, Missouri. O aplicativo não tinha imagens explícitas de violência.