O governo chinês pretende investir um total de 13,8 bilhões de yuans (R$ 6,85 bilhões) na construção de um parque de pesquisa sobre inteligência artificial na região oeste da capital Beijing, de acordo com o noticiário local Xinhua. Esse investimento, segundo a Reuters, é parte do plano chinês de se tornar o líder mundial em pesquisas sobre o assunto até 2025.

Esse novo parque de pesquisa focará em aplicações de inteligência artificial para funções como aprendizagem profunda de máquina, computação na nuvem, identificação biométrica e transferência de dados em altíssima velocidade. A infraestrutura dele incluirá uma rede de internet móvel de quinta geração e um supercomputador.

A ideia é que ele seja construído em parceria com universidades, institutos de pesquisa e grandes empresas, tanto chinesas quanto de outros países, interessadas em investir no país. Espera-se que ele atraia um total de mais de 400 investidores e, ao atingir seu auge, produza um total de tecnologia por ano com valor 50 bilhões de yuans (R$ 24,8 bilhões).

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De acordo com o noticiário local, a informação sobre os planos de investimento do governo veio de um relatório das autoridades do distrito de Mentougou, em Beijing, onde o parque deverá ser instalado. Recentemente, o Google também abriu um laboratório de pesquisa sobre inteligência artificial na China, embora a empresa esteja proibida de operar no país.

Corrida armamentista

Segundo a Reuters, os planos chineses de acelerar pesquisas sobre esse assunto vieram em meio a um aumento das tensões entre o país e os Estados Unidos causadas por uma competição no uso dessas tecnologias em aplicações militares. O acirramento das relações entre os dois é um dos fatores que levou o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, a considerar que a inteligência artificial poderia ser a causa da terceira guerra mundial.

Fora ele, Eric Schmidt, ex-CEO do Google, também se mostrou preocupado com o crescimento da China no campo de inteligência artificial. De acordo com o Business Insider, Schmidt teria dito em um painel sobre intelligência artificial e segurança global que “até 2020, eles [os chineses] chegarão até nós. Até 2025, serão melhores do que nós. E em 2030 eles dominarão as indústrias”. O ex-CEO do Google acredita que os chineses “usarão essa tecnologia tanto para aplicações comerciais quanto para objetivos militares”.