O Twiter não gostou nem um pouco de saber que a Clearview AI está usando as fotos postadas por seus usuários para construir seu banco de reconhecimento facial. A rede social acusou a empresa de violar suas políticas de privacidade.

A Clearview AI também recebeu uma carta do Twitter exigindo que pare de capturar fotos ou quaisquer outros dados do site de mídia social “por qualquer motivo” e exclua os dados coletados anteriormente. A rede é uma das “fontes” da misteriosa companhia de segurança, que também recolhe imagens do Facebook, YouTube e Venmo, entre outros sites.

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A empresa, uma desconhecida até ter suas atividades expostos numa matéria do New York Times, está oferecendo serviços de reconhecimento facial a aproximadamente 600 agências policiais dos Estados Unidos. A Clearview AI alega ter uma biblioteca de imagens sete vezes maior que a do FBI, e sercapaz de combinar rostos corretamente cerca de 75% dos casos.

O problema é que a Clearview AI montou seu banco de imagens a partir de fotos de pessoas nas redes sociais, sem pedir a autorização de ninguém. Especialistas em segurança e privacidade ainda afirmam que a solução oferecida pela empresa – que supostamente já ajudou a prender criminosos – não foi testada por nenhum órgão independente antes de ser disponibilizado às forças policiais.

Tor Ekeland, advogado de Clearview AI, confirmou ao New York Times que recebeu a carta do Twitter e disse que a empresa “responderá adequadamente”, se recusando a comentar mais. Legisladores e ativistas pela privacidade protestaram, afirmando que a companhia está abrindo caminho para uma tecnologia universal de reconhecimento facial que efetivamente acabaria com a capacidade das pessoas de permanecerem anônimas enquanto em público.

Em entrevista, o co-fundador e executivo-chefe da empresa, Hoan Ton-That defendeu a tecnologia como um recurso valioso para a aplicação da lei. “Nossa crença é que esse é o melhor uso do reconhecimento facial”, disse, acrescentando que a empresa não tinha planos de lançar seu aplicativo para uso público, embora algumas empresas privadas o usem.

Via New York Times