Não adianta, a indústria do cinema não parece mesmo disposta a engolir a Netflix. Depois do serviço de streaming levar o Oscar de melhor diretor para Alfonso Cuáron por Roma, outros diretores, como Steven Spielberg, vieram a público dizer que eram contra a participação de filmes da Netflix na premiação do Oscar. A academia de artes e ciências cinematográficas – que é a entidade responsável pelas estatuetas – parece ter ouvido as reclamações e está preparando um documento para impedir que vejamos obras da Netflix na próxima edição do prêmio maior do cinema. Só que, no meio dos planos da indústria do cinema, tem uma lei norte-americana… Hoje o Departamento de Justiça enviou uma carta à Academia, advertindo a entidade que excluir a Netflix seria considerado ilegal, por se tratar de uma prática de truste. E as leis antitruste norte-americanas costumam ser bastante severas. Caso a Academia resolva ir adiante, excluindo a Netflix do Oscar, é provável que a discussão vá parar nos tribunais. Mas, nesse caso, a empresa de streaming provavelmente sairia vencedora – já que o texto da lei não deixa muitas margens à interpretação. A relação entre Hollywood e a empresas de streaming é, no mínimo, esquizofrênica. Os diretores, produtores, atores e atrizes não recusam os milhões de dólares que essas empresas têm derramado em seus bolsos em troca de conteúdo original. Mas, ao que tudo indica, eles não querem que esse mesmo investimento possa ser reconhecido por instituições como o Oscar….
Redação é colaborador(a) no Olhar Digital